Em uma reviravolta surpreendente e preocupante, os cientistas descobriram que várias espécies vivas estão prosperando no chamado continente de plástico do Oceano Pacífico. Essa descoberta levanta novas questões sobre as consequências da poluição por plástico em nossos oceanos.
O continente de plástico: um ecossistema inesperado
A formação do continente de plástico
O que agora é conhecido como o «sétimo continente» foi descoberto pela primeira vez em 1997 pelo oceanógrafo americano Charles Moore. Esse fenômeno consiste em uma enorme massa de resíduos plásticos girando no norte do Oceano Pacífico.
Vida em um ambiente insólito
Uma série de estudos realizados entre novembro de 2018 e janeiro de 2019 trouxe à luz informações fascinantes: dos cem objetos plásticos analisados, foram identificadas 46 espécies diferentes, a maioria delas costeiras. Surpreendentemente, essas espécies foram encontradas em 70% dos detritos e coexistiam com espécies pelágicas, criando uma competição por espaço e recursos alimentares.
Agora vamos entrar mais a fundo na biodiversidade deste curioso ambiente.
A surpreendente biodiversidade do vórtice de lixo do Pacífico Norte
Espécies costeiras prospere nas águas abertas
Uma descoberta particularmente notável é que 80% das espécies encontradas nos detritos de plástico analisados são costeiras. Essas espécies, parece, estão aproveitando os resíduos flutuantes como um meio de navegar em águas abertas, ultrapassando barreiras biogeográficas que antes se consideravam invioláveis. Este fenômeno foi observado com ainda mais frequência após o tsunami no Japão em 2011, quando formas de vida foram encontradas em detritos plásticos carregados pelo mar.
A competição por recursos
Esta «colonização» forçada de detritos plásticos por espécies costeiras cria uma nova dinâmica ecológica. Com a coexistência de espécies costeiras e pelágicas nos mesmos espaços, ocorre uma intensa competição por recursos alimentares.
A seguir, exploraremos as implicações dessa colonização surpreendente.
As consequências ecológicas da colonização animal dos resíduos plásticos
O perigo para as espécies marinhas locais
Os pesquisadores alertam que essas novas populações podem representar uma ameaça às espécies já existentes nesses ambientes. A competição por recursos pode levar a um desequilíbrio ecológico com consequências imprevisíveis.
O papel do manto mucoso
A capacidade desses organismos viverem em tais condições é facilitada pela formação de uma camada de muco feita por bactérias e algas fixadas nos plásticos flutuantes. Este «biofilme» serve como um habitat propício para a colonização.
Vamos agora voltar nossa atenção para a questão mais ampla da poluição plástica em alto mar.
A poluição plástica em alto mar: um fenômeno multifacetado
O desafio do plástico nos oceanos
Estas descobertas sublinham os desafios colocados pela poluição plástica aos ecossistemas marinhos. O impacto não se limita à mera presença física dos resíduos, mas também ao fato de que eles estão criando novos habitats para as espécies, com todas as ramificações ambientais que isso implica.
A capacidade adaptativa das espécies
Por outro lado, esses estudos também destacam a impressionante capacidade de adaptação das espécies a ambientes inóspitos. No entanto, essa «resiliência» deve ser vista com cautela, pois pode levar a alterações significativas e potencialmente prejudiciais na biodiversidade marinha.
Muito além de uma simples acumulação de lixo, o continente plástico se revela como um novo ecossistema com suas próprias características únicas. A profusão de vida encontrada neste ambiente artificial levanta questões importantes sobre o impacto da atividade humana na biodiversidade e na saúde dos nossos oceanos.
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